Resenha, por Tchello d'Barros

Luiz Eduardo Caminha é um homem do Renascimento. Só que atuando em plena contemporaneidade com seus vários talentos, seja cantando, tocando, pintando, escrevendo, gourmetiando ou ainda organizando encontros, sejam literários, gastronômicos ou culturais. Mas a tônica é sempre a mesma, a aproximação das pessoas em torno da amizade, como por exemplo o grande sucesso que é o mega evento Stammtische, de Blumenau/SC.

Bem, eu já conhecia a produção poética do rapaz, e quando, aqui em Maceió, abro seu recente livro Saboreando Crônicas, fiquei um pouco apreensivo com esse título tão singular, mas bastou ler a primeira crônica e a ficha caiu na hora. Trata-se de uma obra das mais saborosas, nos dois sentidos, pois não bastasse o fato de cada crônica vir acompanhada de uma receita gastronômica, o autor tempera suas contações de causos e histórias com uma linguagem que é praticamente o autor falando, conversando, coisa rara nos cronistas contemporâneos. Quem conhece o Caminha pessoalmente vai confirmar isso. Manuel Bandeira já dizia que o Brasil é o único país onde as pessoas escrevem de uma forma diferente da que falam. Taí um livro pra andar um pouco na contramão dessa afirmação.

Quanto a leitura do livro, talvez caiba uma metáfora culinária: sabe aquele almoço onde a gente já se alimentou o suficiente mas não consegue parar de comer porque a comida está muito saborosa? Pois é, assim é o Saboreando Crônicas. Havia me planejado pra ler uma crônica por dia, mas quem disse que a gente consegue parar de ler? É que o autor, com sua linguagem de bate-papo entre amigos, nos transporta para as historietas de uma forma que a gente se sente envolvido pelos causos e personagens, muitos deles hilários, e mal termina uma crônica, já se quer saber da próxima, como se fosse num rodízio de pizza ou churrasco.

É possivel que o livro seja recebido como uma coletânea de crônicas sobre causos, sobre culinária ou mesmo de humor, já que é impossível não rir sozinho ao ler as presepadas dos personagens do Caminha. Mesmo na escrita o autor consegue traduzir os sotaques de manezinhos de Floripa, dos alemães da germânica Blumenau, e até mesmo o inconfundível e musical sotaque de nossos irmãos nordestinos. Mas digo que esse trabalho vai além. É um livro de Crônicas no sentido mais amplo do termo, pois trata de costumes, hábitos e de vivências de uma época e de um lugar, de vários lugares. Nas entrelinhas dos fatos percebemos o modo de viver não apenas de alguns grupos de cidades catarinenses, mas também do Nordeste, onde esse escritor e agitador cultural é figurinha fácil, dadas as suas andanças e confessa paixão por várias cidades desse lado do país.

Saboreando Crônicas é um livro para se gostar e degustar. É ainda uma obra que surge como um acréscimo de qualidade para a literatura contemporânea de Santa Catarina.

Tchello d'Barros.



segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Prá começar

Bem, minha gente, como diz o manézinho: "u qui tá ditu, tá ditu! Prontu! Nem qui seje prá inticá, sô amarelo!"

E é esta a intenção. Inticar. Cutucar com vara curta. Provocar. E esperar o que haverá de vir. Deus me livre e me guarde.

Amor Paz e Bem que não custa nada a ninguém.

Que Deus os abençoe,

Caminha

9 comentários:

  1. Mas bá, tchê !
    Teu livro, que li antes do lançamento em Floripa, tá trilegal de bueno..pra se ler numa sentada só, como dizia a vó Olina !
    Crônicas saborosas, palatáveis, temperadas, de excelente deglutição. Não produzem disfagia nem eructação. Da cárdia ao piloro recebem frenéticos aplausos dos milhões de glândulas que produzem o suco gástrico para fracioná-las em prazer. Algumas delas são tão delicadas e ternas que fazem o ácido clorídrico parecer um fresco de Pelotas ou de Laguna. E quando se chega à última frase do teu livro é como e os aminoácidos da tua literatura, os açúcares do teu talento e os ácidos graxos e glicerol da tua inventiva estivessem dando adeus prá gente, rumo ao destino inflexível da absorção do duodeno/jejuno/ileo do coração de quem te estima. Como eu, um gaúcho das bandas campesinas, travestido de manezinho em Canasvieiras.
    Aceita a sinceridade do meu abraço quebra-costelas, que costumo dar em poucos penitentes !

    JamesPizarro

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  2. Bom, minha sugestão é que não acreditem na resenha aí acima. Vá logo lendo o livro mesmo, pra tirar suas próprias conclusões, porque eu, bom, eu já tô na releitura do Saboreando Crônicas!

    Abraço fraterno,

    Tchello d'Barros
    Maceió - AL - Brasil

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  3. Caminha, querido amigo, já passei lá no site e a curiosidade me trouxe aqui também. Ainda não li todo o livro "Saboreando Crônicas", mas já dei muitas e boas risadas com a leitura, principalmente com as "tali baga"! Demaissss!!!! Assim que concluí-la volto pra lhe contar! Abraço fraterno a você e Seluta e um maravilhoso 2009! Grace Spiller

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  4. Meu nobre amigo Caminha
    Consegui ler todo livro de sua autoria Saboreando Crônicas – que gentilmente ganhei do amigo, e que guardarei para sempre junto em um lugar especial na minha pequena biblioteca, e que será utilizado várias vezes para consulta. Já na primeira receita Qrroz à moda Braga, você faz um relato do Beto e este é o meu apelido. E as receitas todas serão de grande valia. Mas quero citar por ter lido e dando boas gargalhadas, sobre a história que envolve o Dr. Agobar e o “cara que esqueceu o Guarda-chuva...ficou com medo do manezinho Caminha heheeheheh....”Tu sabes que este teu livro, main god, ser muito bam, nois aqui chucrutis, quasis não sabia desses coisas, um paita livro. Nois comi chucrutis, e tamém zalsichas, patatas britas, e claro Schopis”.
    Um baitabraço e parabéns. Tesculpe meu alimon non é bam.
    Adalberto Day cientista social e pesquisador da história.

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  5. Prezado amigo Luiz Caminha,

    Costuma dizer-se que vale mais tarde do que nunca e foi o que aconteceu comigo, facto de que me penitencio e pelo qual peço, desde já, as minhas desculpas.

    Já recebi o seu livro "Saboreando Crónicas", faz algum tempo e que muito me agradou, embora ainda não tenha agradecido o mesmo, o que devia, como é óbvio.

    Não pense que foi ingratidão. Estive a lê-lo e neste momento, ando um pouco atarefada, pois inseri-me numa Universidade Sénior, o que me leva bem mais tempo do que eu pensava, em particular com actividades extras, ligadas a Poesia, Tunas, etc.

    Posso dizer que gostei muito do género e da forma como pegou no Tema. Estou a pensar experimentar algumas receitas, ainda que aqui em Portugal se torne um pouco mais complicado, pois há ingredientes que não existem cá.

    O meu muito obrigada e desejo-lhe a continuação de uma óptima saúde, para si e todos os seus.

    Beijinhos
    Natália Vale

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  6. Meu caro Amigo.

    Recebido. Só por lapso não terei acusado a recepção, como fiz com todos...
    As minhas desculpas.

    Grande e amigo abraço do

    Joaquim Evônio
    Portugal

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  7. Querido amigo,
    Li e amei o livro. Quase morri de rir com As Tali Baga e Uma Égua Chamada Pretinha. Levantando a Camisola é hilariante - devo ter acordado a vizinhança com minhas gargalhadas.
    E o que dizer das receitas de peixe? São um verdadeiro presente. Vou testá-las, uma a uma. Só não testarei as outras porque não como carne bovina, nem suína - isso desde pequena.
    Parabéns e continue escrevendo.
    Abraço fraterno pra você e Seluta.
    Bernardete

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  8. Amigo Caminha,

    Fiquei muito feliz em poder comparecer ao lançamento do teu livro na quinta passada e naturalmente rever o amigo que não via de longa data. Quanto ao livro, que acabo de ler, posso dizer que está muito bom. Numa linguagem clara e bem tramada, discorre sobre causos hilários, interessantes e sem afetações. As receitas naturalmente dão um tempero especial. Parabéns pelo trabalho e que venham outros.

    Grande abraço,

    Geraldo Simas Silva em 22/12/2008

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  9. Poeta amigo Luiz Eduardo Caminha, muito feliz, com o coração aos pulos de alegria, venho confirmar o recebimento dos livros, de uma camiseta, um relicário de vidro para colocar em minha estante, capa para notebook e o seu livro SABOREANDO CRÔNICAS de sua autoria, gentilmente dedicado e minha pessoa. Este livro está em minha cozinha, pois estamos nos guiando nas deliciosas receitas literárias para diversificar nossos almoços e jantares. Eu costumo muito fazer pirão e chambaril aqui. Interessante... Esta é uma comida nordestina....
    O meu marido é pescador, temos um barco para laser (pesca e laser com os amigos, pois no final o que pega os peixes, frita e come com uma cervejinha gelada).
    Mas para a pesca com o puçá, tem que ser devagar, andando sem fazer ruído p/não espantar o peixe. Temos o facho, a fisga, puçá (parece um coador grande) e a pomboca, que usa em suas pescas noturnas. Depende da maré. Conheço tudo de pescaria, pois, sou mulher de pescador (por diversão). É uma aventura deliciosa.
    Mas, faz um tempinho que não fazemos esta aventura, por problemas de saúde em família.
    Amigo, o meu marido se apossou do seu livro e adora cozinhar.
    Obrigada pelos presente, pelos livros, por sua atenção.
    Eu até gostei de não ter recebido os livros antes, pois ganhei uma relíquia o seu livro SABOREANDO CRÔNICAS.
    receba o meu agradecimento, com um abraço feliz, carinhoso e literário,
    Socorro
    P.S. - enviando com cópia para a poeta Efigênia Coutinho, que gentilmente ajudou-me a chegar até você e realizar o sonho de receber os livros da II ANTOLOGIA PORTAL CEN.

    Socoro Lima Dantas em 17/11/2008

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Que Deus o abençoe,

Caminha